Dia Mundial da Dança

28 de abril


A Dança e a Alma

A dança? Não é movimento,
Súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural.

No solo não, no éter pairamos,
Nele amaríamos ficar.
A dança - não vento nos ramos:
Seiva, força, perene estar.

Um estar entre céu e chão,
Novo domínio conquistado,
Onde busque nossa paixão
Libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever
Suas mais divinas parábolas
Sem fugir a forma do ser,
Por sobre o mistério das fábulas.

Carlos Drummond de Andrade (1902 -1987)

O Lago dos Cisnes (excerto) pelo Royal Ballet 


Dia Mundial do Livro - 23 de abril

Paper Quixote


Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia desapareceram importantes escritores como William Shakespeare e Miguel Cervantes.
Paper Hamlet
Aliás, a ideia da comemoração do livro terá mesmo tido origem na Catalunha. 23 de Abril, dia de São Jorge, foi a data escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros ofereciam às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge e recebiam em troca, um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo.
Partilhar livros é pois uma forma de prolongar uma longa tradição de alegria e cultura, de saber e paixão.

Texto retirado do jornal Público (19 de abril)
Imagens de Flávio Demarchi Paper Books




Aceita o desafio e joga ao «Quem escreveu...?»
(Faz a correspondência entre as citações 
e os respetivos autores)



A Literatura encontra-se com a Música

Indie Lisboa 2013

O Indie Lisboa 2013 - Festival Internacional de Cinema Independente - decorre de 18 a 28 de abril.
Consulta a programação aqui.

Livro do Mês

Um Homem não chora, de Luís de Sttau Monteiro
(Lisboa, 03-04-1926 – Lisboa, 23-07-1993)
Luís de Sttau Monteiro exercitou vários géneros literários, como o jornalismo, a ficção (as suas primeiras publicações foram romances) e a escrita dramática, mas foi sobretudo por esta última que cedo atraiu a atenção do público e da crítica. A sua peça de estreia -Felizmente há luar, em 1961 - foi de imediato proibida de ser levada à cena. Tendo vivido em Londres durante a Segunda Guerra Mundial, por razões familiares, adaptou-se mal à intransigência da ditadura salazarista, destacando-se pelo tom irreverente das suas obras. A perseguição pela PIDE e a censura de que os seus textos foram alvo – Felizmente há luar! (1961) esteve catorze anos impedida de subir à cena, o que só foi possível após a queda do regime – provam o caráter interventivo da sua escrita e a sua estreita ligação com a realidade portuguesa da época.
(…)
Em 1960 iniciou-se na escrita de novelas com Um homem não chora, e em 1961 prosseguiu com Angústia para o jantar, ganhando notoriedade na escrita narrativa. Mas foi pelo teatro que concitou as maiores atenções. Em 1961 publicou Felizmente há luar!, drama narrativo histórico baseado na figura de Gomes Freire de Andrade, situado na linha do teatro épico. Esta peça foi distinguida, em 1962, com o Grande Prémio de Teatro da então Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, mas a sua representação foi proibida pela censura, só subindo ao palco em 1975. Com este texto, Sttau Monteiro iniciou uma temática que prosseguiu nas obras seguintes: a defesa do Homem, da liberdade, a luta pela justiça social e a denúncia política. Aquando da publicação da peça, Sttau Monteiro encontrava-se na prisão por suspeita de ter colaborado na “intentona de Beja” (1962).
Esta experiência traumática levou-o a sair de Portugal, indo uma vez mais para Inglaterra (onde permaneceu de 1962 a 1967), continuando, porém, a escrever para teatro com originais e adaptações: Todos os anos pela Primavera, em 1963; O Barão (adaptação do romance de Branquinho da Fonseca), em 1965; Auto da Barca do motor fora da borda (adaptação do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente), em 1966. Foi preso pela PIDE em 1967, após a publicação das peças satíricas A Guerra santa e A estátua, onde teceu duras críticas à ditadura e à guerra colonial. A experiência de dois meses de prisão levou-o a escrever em 1968 a peça As mãos de Abraão Zacut, cuja ação se situa num campo de concentração. Foi representada pela primeira vez em 1969, pelo Teatro Estúdio de Lisboa, com encenação de Luzia Maria Martins. (…)


As primeiras linhas...

Procuro com a mão o despertador que está a tocar há mais de meio minuto. Encontro-o entre um livro e o copo de água que me colocam todas as noites sobre a mesinha de cabeceira. Carrego num botão e o silêncio volta a entrar no meu quarto. Sei que já não posso readormecer. O meu despertador toca invariavelmente às oito da manhã, todos os dias, faça sol ou faça chuva.  

É uma das invariáveis da minha vida, tão invariável como o amor da Fernanda, como os jantares de família nos dias santos, como o som do piano da vizinha aos Domingos.

Não há nada a fazer. Atiro com a roupa ao chão e procuro, com o pé, o chinelo que deve estar algures ao lado da cama.


Dia Mundial da Arte - 15 de abril

 Pintura de Van Gogh é a obra mais vista online

No Dia Mundial da Arte, a Google revela qual a obra de arte mais vista no projeto online Google Art Project. 


O Google Art Project já há dois anos que oferece a possibilidade de visitar diversos museus sem sair de casa. Milhares de obras famosas estão à distância de um clique na página do projeto, que é financiado e mantido pelo motor de busca.


Entre os museus integrados nesta ferramenta estão espaços como a Tate Britain, a National Gallery de Londres ou o MoMA, de Nova Iorque. Escolhido o museu a percorrer online, o utilizador pode apreciar ao pormenor as obras de arte, que estão disponíveis em imagens de grande resolução ou, se preferir, criar uma galeria com as suas obras preferidas.  


Neste Dia Mundial da Arte, a empresa decidiu revelar qual das obras disponíveis online foi, até ao momento, a mais vista e o "prémio" coube à "Noite Estrelada" de Vincent Van Gogh.


Mas a declaração da Google não termina por aqui. A empresa revela, igualmente, que os utilizadores gastam, em média, cerca de um minuto em cada obra, ao contrário dos estimados 20 segundos gastos numa galeria "real". "Embora nada substitua uma visita para ver um quadro ao vivo, a possibilidade de olharmos e examinarmos uma obra de arte com este nível de detalhe parece encorajar os utilizadores a passarem mais tempo a contemplar a obra", garante a empresa.


Para além desta obra, também o "O Quarto", também de Vincent Van Gogh, "O Nascimento de Vénus", de Botticelli, e o "Autoretrato desenhado à janela", de Rembrandt, constam na lista das obras mais populares entre os internautas.


Retirado de: http://www.jn.pt/blogs/nosnarede/archive/2013/04/15/pintura-de-van-gogh-233-a-obra-mais-vista-online.aspx
 
Sandro Botticelli - La nascita di Venere - Google Art Project - edited.jpg
O Nascimento de Vénus

Cont(Insta): contar histórias com o Instagram

Escritor português criou um tumblr que reúne micro-contos construídos a partir de fotos do Instagram

Assina com o pseudónimo “João Vanda Araújo” e não é um contista: é um “continsta”.

 O autor do tumblr Cont(Insta) é escritor, tem obra publicada, mas prefere não revelar a sua identidade, neste projecto na blogosfera.

 O conceito baseia-se no Instagram. “Sempre que observava as fotografias de utilizadores que sigo no Instagram, ficava a imaginar histórias por trás daquelas imagens. Comecei por escrever pequenos textos num documento onde colava essas fotografias. Foi então que me lembrei de criar o tumblr”, conta João Vanda Araújo, ao P3.

[...]

Para João Vanda Araújo, o tumblr representa um exercício, através do qual experimenta estilos de escrita diferentes. Para além disso, desenvolve alguma agilidade na escrita, “que às vezes se perde quando se escreve romances longos”.

Além da escrita, também a fotografia o move. É utilizador do Instagram e considera que esta aplicação abriu portas a muitos amadores. “Permitiu a pessoas que não eram fotógrafas profissionais, nem sequer amadoras, encontrarem uma forma de se sentirem estimuladas criativamente e de fazerem coisas diferentes, que talvez nunca viessem a fazer se essa vontade não tivesse sido como que despertada por esse estímulo”.

http://p3.publico.pt/cultura/livros/7148/continsta-contar-historias-com-o-instagram

Dia Internacional do Livro Infantil


O Dia Internacional do Livro Infantil é celebrado anualmente no dia 2 de abril, em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.  

A mensagem de incentivo à leitura, este ano da responsabilidade dos Estados Unidos, é da autoria de Pat Mora (aqui traduzida por Maria Carlos Loureiro):

Alegria dos livros à volta do mundo

Lemos juntos, tu e eu.
 
Vemos que as letras formam palavras
e as palavras se transformam em livros
que seguramos na mão.

Ouvimos murmúrios
e rios agitados correndo pelas páginas,
ursos que cantam à lua
melodias divertidas.

Entramos em castelos misteriosos
e das nossas mãos crescem árvores em  flor
até às nuvens. Vemos meninas corajosas que voam
e rapazes que pescam estrelas cintilantes.

Tu e eu lemos, dando voltas e mais voltas,
alegria dos livros à volta do mundo.


Para saberes mais sobre a vida e obra de Hans Christian Andersen, clica aqui.