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A propósito do Dia Mundial do Teatro...
















Conheces os quatro dramaturgos aqui retratados?
Quais são as suas obras mais famosas?
Deixa-nos os teus comentários.


Aceita o desafio e testa os teus conhecimentos sobre Teatro aqui.


Dia Mundial do Teatro

27 de março



Atividades gratuitas todo o dia - visitas guiadas, exposições, teatro, e muito mais...

As nossas sugestões:

À vossa Vontade, uma comédia de Shakespeare, no Teatro Nacional D. Maria II
21h 


A Visita da Velha Senhora, de Friedrich Dürrenmatt, no Teatro Municipal São Luiz
21h 
No dia 24 de março,
 celebra-se a poesia no Centro Cultural de Belém.



Feira do livro de poesia, leitura de poemas,
oficinas e actividades para toda a família, exposições,
e maratona de leitura, dedicada ao poeta Ruy Belo.
Algumas proposições com pássaros e árvores que o poeta remata com uma referência ao coração
Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração
Ruy Belo, Homem de Palavra[s], 1970

Das 14 às 19 horas, entrada livre (exceto espectáculo no Grande Auditório)

Programa completo aqui.


Está em Lisboa a exposição que Joana Vasconcelos levou a Versalhes

 
 
NO PALÁCIO DA AJUDA
23 de março a 25 de agosto
 
HORÁRIOS
Todos os dias: das 10h00 às 19h00
Excetuando Sábado: das 10h00 às 21h00
Encerra à quarta-feira

PREÇOS
Normal – 10€
Jovem – 5€ (dos 6 aos 18 anos)
Sénior – 5€ (maiores de 65 anos)
Criança – Entrada gratuita (até aos 6 anos)
Estudante – 5€ (até aos 25 anos, mediante apresentação do cartão de estudante)
Família 1 – 20€ (2 adultos + 1 criança entre os 3 e os 18 anos)
Família 2 – 24€ (2 adultos + 2 crianças entre os 3 e os 18 anos)
Fast Lane Adulto – 15€ (acesso prioritário)
Fast Lane Jovem – 10€ (acesso prioritário)
Escolas – 4€ (até ao 12o ano. 1 professor com entrada gratuita por cada 20 alunos)
Universidades – 4€
 
Os Poetas
«Minha Cabeça estremece» (Herberto Helder)



Hoje, dia 21 de março, comemora-se o Dia Mundial da Poesia e para o assinalar propomos um desafio:



1. Lê atentamente o poema de Fernando Pessoa.

«Autopsicografia» de Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


2. Como se constata, «Autopsicografia» é um metapoema, ou seja, o tema tratado é a própria natureza da poesia. Desafiamos-te a expressar a tua criatividade e a escrever um texto sobre a beleza da poesia
Os melhores textos serão expostos no «Cantinho das Letras», na nossa biblioteca.



Queres saber mais sobre os poetas portugueses? Completa as palavras cruzadas baseadas no peddy paper que os alunos realizaram na visita de estudo ao Parque dos Poetasem Oeiras.
Dia Internacional da Mulher

Elas

Elas fizeram greves de braços caídos.
Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.
Elas gritaram à vizinha que era fascista.
Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas.
Elas vieram para a rua de encarnado.
Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.
Elas gritaram muito.
Elas encheram as ruas de cravos.
Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.
Elas trouxeram alento e sopa aos quartéis e à rua.
Elas foram para as portas de armas com os filhos ao colo.
Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas.
Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.
Elas choraram de verem o pai a guerrear com o filho.
Elas tiveram medo e foram e não foram.
Elas aprenderam a mexer nos livros de contas e nas alfaias das herdades abandonadas.
Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa.
Elas sentaram-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões.
Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.
Elas costuraram bandeiras e bordaram a fio amarelo pequenas foices e martelos.
Elas disseram à mãe, segure-me aí os cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é.
Elas vieram dos arrabaldes com o fogão à cabeça ocupar uma parte de casa fechada.
Elas estenderam roupa a cantar, com as armas que temos na mão.
Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.
Elas iam e não sabiam para onde, mas que iam.
Elas acendem o lume.
Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.
São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.

MARIA VELHO DA COSTA
“Cravo”, 1976