Franz Kafka

Hoje celebra-se o 130.º aniversário de Franz Kafka, um escritor checo de língua alemã. 

Uma boa oportunidade para (re)ler A Metamorfose, a sua obra mais conhecida, Carta ao Pai, ou O Processo.

Deixamos-te as primeiras linhas de A Metamorfose. Esperamos que gostes e que te incentivem à leitura desta obra.


Um dia de manhã, ao acordar dos seus sonhos inquietos, Gregor Samsa deu por si em cima da cama transformado num insecto monstruoso. Estava deitado de costas, sentia a carapaça dura e, ao elevar um pouco a cabeça, via a barriga arredondada, de cor castanha, dividida em faixas rígidas arqueadas, e no alto dela a coberta da cama em equilíbrio instável. As muitas pernas, penosamente finas em comparação com a sua actual corpulência, tremiam diante de seus olhos perplexos. (...)

Boas leituras!

Viva Lisboa!

Durante todo o mês de junho, Lisboa enche-se de alegria para celebrar o Santo António.


Há música, atividades ao ar livre, teatro, exposições e muito, muito mais.

Aceita o convite e diverte-te.

Toda a programação em http://www.festasdelisboa.com/festas2013/programacao/ ou em formato papel, na Biblioteca da Escola.


Viva Lisboa!

Prémio Camões

Mia Couto distinguido com Prémio Camões 2013






- Há um provérbio nosso que diz assim: «se fores capaz de falar, tu és capaz de cantar; se fores capaz de caminhar, tu podes dançar.» Pois tu vais cantar, tu vais dançar, minha neta.
Mia Couto, A confissão da leoa, p.137


Aproveita para (re)ver a entrevista a Mia Couto no programa Câmara Clara (6 de maio 2012), a propósito do lançamento do livro A confissão da leoa.


Teatro Ibisco - Mukur Mukur

Última oportunidade para assistir à peça Mukur Mukur, na Sociedade de Instrução Guilherme Coussul,  às 11 horas.

Não faltes! 

Mais informações em http://www.guilhermecossoul.pt/index.php/emCena/all/117.


Dia Mundial da Dança

28 de abril


A Dança e a Alma

A dança? Não é movimento,
Súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural.

No solo não, no éter pairamos,
Nele amaríamos ficar.
A dança - não vento nos ramos:
Seiva, força, perene estar.

Um estar entre céu e chão,
Novo domínio conquistado,
Onde busque nossa paixão
Libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever
Suas mais divinas parábolas
Sem fugir a forma do ser,
Por sobre o mistério das fábulas.

Carlos Drummond de Andrade (1902 -1987)

O Lago dos Cisnes (excerto) pelo Royal Ballet 


Dia Mundial do Livro - 23 de abril

Paper Quixote


Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia desapareceram importantes escritores como William Shakespeare e Miguel Cervantes.
Paper Hamlet
Aliás, a ideia da comemoração do livro terá mesmo tido origem na Catalunha. 23 de Abril, dia de São Jorge, foi a data escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros ofereciam às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge e recebiam em troca, um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo.
Partilhar livros é pois uma forma de prolongar uma longa tradição de alegria e cultura, de saber e paixão.

Texto retirado do jornal Público (19 de abril)
Imagens de Flávio Demarchi Paper Books




Aceita o desafio e joga ao «Quem escreveu...?»
(Faz a correspondência entre as citações 
e os respetivos autores)



A Literatura encontra-se com a Música

Indie Lisboa 2013

O Indie Lisboa 2013 - Festival Internacional de Cinema Independente - decorre de 18 a 28 de abril.
Consulta a programação aqui.

Livro do Mês

Um Homem não chora, de Luís de Sttau Monteiro
(Lisboa, 03-04-1926 – Lisboa, 23-07-1993)
Luís de Sttau Monteiro exercitou vários géneros literários, como o jornalismo, a ficção (as suas primeiras publicações foram romances) e a escrita dramática, mas foi sobretudo por esta última que cedo atraiu a atenção do público e da crítica. A sua peça de estreia -Felizmente há luar, em 1961 - foi de imediato proibida de ser levada à cena. Tendo vivido em Londres durante a Segunda Guerra Mundial, por razões familiares, adaptou-se mal à intransigência da ditadura salazarista, destacando-se pelo tom irreverente das suas obras. A perseguição pela PIDE e a censura de que os seus textos foram alvo – Felizmente há luar! (1961) esteve catorze anos impedida de subir à cena, o que só foi possível após a queda do regime – provam o caráter interventivo da sua escrita e a sua estreita ligação com a realidade portuguesa da época.
(…)
Em 1960 iniciou-se na escrita de novelas com Um homem não chora, e em 1961 prosseguiu com Angústia para o jantar, ganhando notoriedade na escrita narrativa. Mas foi pelo teatro que concitou as maiores atenções. Em 1961 publicou Felizmente há luar!, drama narrativo histórico baseado na figura de Gomes Freire de Andrade, situado na linha do teatro épico. Esta peça foi distinguida, em 1962, com o Grande Prémio de Teatro da então Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, mas a sua representação foi proibida pela censura, só subindo ao palco em 1975. Com este texto, Sttau Monteiro iniciou uma temática que prosseguiu nas obras seguintes: a defesa do Homem, da liberdade, a luta pela justiça social e a denúncia política. Aquando da publicação da peça, Sttau Monteiro encontrava-se na prisão por suspeita de ter colaborado na “intentona de Beja” (1962).
Esta experiência traumática levou-o a sair de Portugal, indo uma vez mais para Inglaterra (onde permaneceu de 1962 a 1967), continuando, porém, a escrever para teatro com originais e adaptações: Todos os anos pela Primavera, em 1963; O Barão (adaptação do romance de Branquinho da Fonseca), em 1965; Auto da Barca do motor fora da borda (adaptação do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente), em 1966. Foi preso pela PIDE em 1967, após a publicação das peças satíricas A Guerra santa e A estátua, onde teceu duras críticas à ditadura e à guerra colonial. A experiência de dois meses de prisão levou-o a escrever em 1968 a peça As mãos de Abraão Zacut, cuja ação se situa num campo de concentração. Foi representada pela primeira vez em 1969, pelo Teatro Estúdio de Lisboa, com encenação de Luzia Maria Martins. (…)


As primeiras linhas...

Procuro com a mão o despertador que está a tocar há mais de meio minuto. Encontro-o entre um livro e o copo de água que me colocam todas as noites sobre a mesinha de cabeceira. Carrego num botão e o silêncio volta a entrar no meu quarto. Sei que já não posso readormecer. O meu despertador toca invariavelmente às oito da manhã, todos os dias, faça sol ou faça chuva.  

É uma das invariáveis da minha vida, tão invariável como o amor da Fernanda, como os jantares de família nos dias santos, como o som do piano da vizinha aos Domingos.

Não há nada a fazer. Atiro com a roupa ao chão e procuro, com o pé, o chinelo que deve estar algures ao lado da cama.


Dia Mundial da Arte - 15 de abril

 Pintura de Van Gogh é a obra mais vista online

No Dia Mundial da Arte, a Google revela qual a obra de arte mais vista no projeto online Google Art Project. 


O Google Art Project já há dois anos que oferece a possibilidade de visitar diversos museus sem sair de casa. Milhares de obras famosas estão à distância de um clique na página do projeto, que é financiado e mantido pelo motor de busca.


Entre os museus integrados nesta ferramenta estão espaços como a Tate Britain, a National Gallery de Londres ou o MoMA, de Nova Iorque. Escolhido o museu a percorrer online, o utilizador pode apreciar ao pormenor as obras de arte, que estão disponíveis em imagens de grande resolução ou, se preferir, criar uma galeria com as suas obras preferidas.  


Neste Dia Mundial da Arte, a empresa decidiu revelar qual das obras disponíveis online foi, até ao momento, a mais vista e o "prémio" coube à "Noite Estrelada" de Vincent Van Gogh.


Mas a declaração da Google não termina por aqui. A empresa revela, igualmente, que os utilizadores gastam, em média, cerca de um minuto em cada obra, ao contrário dos estimados 20 segundos gastos numa galeria "real". "Embora nada substitua uma visita para ver um quadro ao vivo, a possibilidade de olharmos e examinarmos uma obra de arte com este nível de detalhe parece encorajar os utilizadores a passarem mais tempo a contemplar a obra", garante a empresa.


Para além desta obra, também o "O Quarto", também de Vincent Van Gogh, "O Nascimento de Vénus", de Botticelli, e o "Autoretrato desenhado à janela", de Rembrandt, constam na lista das obras mais populares entre os internautas.


Retirado de: http://www.jn.pt/blogs/nosnarede/archive/2013/04/15/pintura-de-van-gogh-233-a-obra-mais-vista-online.aspx
 
Sandro Botticelli - La nascita di Venere - Google Art Project - edited.jpg
O Nascimento de Vénus

Cont(Insta): contar histórias com o Instagram

Escritor português criou um tumblr que reúne micro-contos construídos a partir de fotos do Instagram

Assina com o pseudónimo “João Vanda Araújo” e não é um contista: é um “continsta”.

 O autor do tumblr Cont(Insta) é escritor, tem obra publicada, mas prefere não revelar a sua identidade, neste projecto na blogosfera.

 O conceito baseia-se no Instagram. “Sempre que observava as fotografias de utilizadores que sigo no Instagram, ficava a imaginar histórias por trás daquelas imagens. Comecei por escrever pequenos textos num documento onde colava essas fotografias. Foi então que me lembrei de criar o tumblr”, conta João Vanda Araújo, ao P3.

[...]

Para João Vanda Araújo, o tumblr representa um exercício, através do qual experimenta estilos de escrita diferentes. Para além disso, desenvolve alguma agilidade na escrita, “que às vezes se perde quando se escreve romances longos”.

Além da escrita, também a fotografia o move. É utilizador do Instagram e considera que esta aplicação abriu portas a muitos amadores. “Permitiu a pessoas que não eram fotógrafas profissionais, nem sequer amadoras, encontrarem uma forma de se sentirem estimuladas criativamente e de fazerem coisas diferentes, que talvez nunca viessem a fazer se essa vontade não tivesse sido como que despertada por esse estímulo”.

http://p3.publico.pt/cultura/livros/7148/continsta-contar-historias-com-o-instagram

Dia Internacional do Livro Infantil


O Dia Internacional do Livro Infantil é celebrado anualmente no dia 2 de abril, em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.  

A mensagem de incentivo à leitura, este ano da responsabilidade dos Estados Unidos, é da autoria de Pat Mora (aqui traduzida por Maria Carlos Loureiro):

Alegria dos livros à volta do mundo

Lemos juntos, tu e eu.
 
Vemos que as letras formam palavras
e as palavras se transformam em livros
que seguramos na mão.

Ouvimos murmúrios
e rios agitados correndo pelas páginas,
ursos que cantam à lua
melodias divertidas.

Entramos em castelos misteriosos
e das nossas mãos crescem árvores em  flor
até às nuvens. Vemos meninas corajosas que voam
e rapazes que pescam estrelas cintilantes.

Tu e eu lemos, dando voltas e mais voltas,
alegria dos livros à volta do mundo.


Para saberes mais sobre a vida e obra de Hans Christian Andersen, clica aqui.

Quiz

A propósito do Dia Mundial do Teatro...
















Conheces os quatro dramaturgos aqui retratados?
Quais são as suas obras mais famosas?
Deixa-nos os teus comentários.


Aceita o desafio e testa os teus conhecimentos sobre Teatro aqui.


Dia Mundial do Teatro

27 de março



Atividades gratuitas todo o dia - visitas guiadas, exposições, teatro, e muito mais...

As nossas sugestões:

À vossa Vontade, uma comédia de Shakespeare, no Teatro Nacional D. Maria II
21h 


A Visita da Velha Senhora, de Friedrich Dürrenmatt, no Teatro Municipal São Luiz
21h 
No dia 24 de março,
 celebra-se a poesia no Centro Cultural de Belém.



Feira do livro de poesia, leitura de poemas,
oficinas e actividades para toda a família, exposições,
e maratona de leitura, dedicada ao poeta Ruy Belo.
Algumas proposições com pássaros e árvores que o poeta remata com uma referência ao coração
Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração
Ruy Belo, Homem de Palavra[s], 1970

Das 14 às 19 horas, entrada livre (exceto espectáculo no Grande Auditório)

Programa completo aqui.


Está em Lisboa a exposição que Joana Vasconcelos levou a Versalhes

 
 
NO PALÁCIO DA AJUDA
23 de março a 25 de agosto
 
HORÁRIOS
Todos os dias: das 10h00 às 19h00
Excetuando Sábado: das 10h00 às 21h00
Encerra à quarta-feira

PREÇOS
Normal – 10€
Jovem – 5€ (dos 6 aos 18 anos)
Sénior – 5€ (maiores de 65 anos)
Criança – Entrada gratuita (até aos 6 anos)
Estudante – 5€ (até aos 25 anos, mediante apresentação do cartão de estudante)
Família 1 – 20€ (2 adultos + 1 criança entre os 3 e os 18 anos)
Família 2 – 24€ (2 adultos + 2 crianças entre os 3 e os 18 anos)
Fast Lane Adulto – 15€ (acesso prioritário)
Fast Lane Jovem – 10€ (acesso prioritário)
Escolas – 4€ (até ao 12o ano. 1 professor com entrada gratuita por cada 20 alunos)
Universidades – 4€
 
Os Poetas
«Minha Cabeça estremece» (Herberto Helder)



Hoje, dia 21 de março, comemora-se o Dia Mundial da Poesia e para o assinalar propomos um desafio:



1. Lê atentamente o poema de Fernando Pessoa.

«Autopsicografia» de Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


2. Como se constata, «Autopsicografia» é um metapoema, ou seja, o tema tratado é a própria natureza da poesia. Desafiamos-te a expressar a tua criatividade e a escrever um texto sobre a beleza da poesia
Os melhores textos serão expostos no «Cantinho das Letras», na nossa biblioteca.



Queres saber mais sobre os poetas portugueses? Completa as palavras cruzadas baseadas no peddy paper que os alunos realizaram na visita de estudo ao Parque dos Poetasem Oeiras.
Dia Internacional da Mulher

Elas

Elas fizeram greves de braços caídos.
Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.
Elas gritaram à vizinha que era fascista.
Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas.
Elas vieram para a rua de encarnado.
Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.
Elas gritaram muito.
Elas encheram as ruas de cravos.
Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.
Elas trouxeram alento e sopa aos quartéis e à rua.
Elas foram para as portas de armas com os filhos ao colo.
Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas.
Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.
Elas choraram de verem o pai a guerrear com o filho.
Elas tiveram medo e foram e não foram.
Elas aprenderam a mexer nos livros de contas e nas alfaias das herdades abandonadas.
Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa.
Elas sentaram-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões.
Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.
Elas costuraram bandeiras e bordaram a fio amarelo pequenas foices e martelos.
Elas disseram à mãe, segure-me aí os cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é.
Elas vieram dos arrabaldes com o fogão à cabeça ocupar uma parte de casa fechada.
Elas estenderam roupa a cantar, com as armas que temos na mão.
Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.
Elas iam e não sabiam para onde, mas que iam.
Elas acendem o lume.
Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.
São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.

MARIA VELHO DA COSTA
“Cravo”, 1976

PARA TI 

Foi para ti 
que desfolhei a chuva 
para ti soltei o perfume da terra 
toquei no nada 
e para ti foi tudo 

Para ti criei todas as palavras 
e todas me faltaram 
no minuto em que talhei 
o sabor do sempre 

Para ti dei voz 
às minhas mãos 
abri os gomos do tempo 
assaltei o mundo 
e pensei que tudo estava em nós 
nesse doce engano 
de tudo sermos donos 
sem nada termos 
simplesmente porque era de noite 
e não dormíamos 
eu descia em teu peito 
para me procurar 
e antes que a escuridão 
nos cingisse a cintura 
ficávamos nos olhos 
vivendo de um só 
amando de uma só vida 


Mia Couto


Vamos celebrar o Dia dos Namorados!
Escreve uma mensagem de amor ou de amizade e entrega-a na Biblioteca até dia 14 de fevereiro, às 12 horas.
As cartas serão distribuídas no Dia dos Namorados, à tarde.

Kino - Mostra de Cinema de Expressão Alemã

O festival, organizado pelo Goethe-Institut (Instituto Alemão), celebra o seu 10.º aniversário e convida todos os cinéfilos a participarem na festa. 
De 24 de janeiro a 3 de fevereiro, podes assistir aos melhores filmes de expressão alemã. Destacamos a comédia Almanya - Bem-vindo à Alemanha, filme incluído na maratona «O melhor de 10 anos da Kino» no cinema São Jorge.

Preço dos bilhetes
Cinema São Jorge e Espaço Nimas: 4
Maratona: €1,5 por sessão
Goethe-Institut: Entrada livre, mediante marcação prévia


Consulta o programa completo na nossa biblioteca ou no sítio do Goethe-Institut.

Gehen wir ins Kino?”

Teatro Nacional D. Maria II promove iniciativa "Teatro por alimentos" no próximo fim de semana

O Teatro Nacional D. Maria II promove no próximo fim de semana a iniciativa "Teatro por alimentos", onde os espetadores são convidados a trocar o preço do bilhete por alimentos que serão entregues a uma organização de apoio aos sem-abrigo.
 
Atualmente está em cena a peça "Condomínio da Rua", de Nuno Costa Santos, que aborda a problemática da marginalidade e dos sem-abrigo, como contou à Lusa João Mota, diretor do teatro e que encena a peça.
 
"No sábado e no domingo o espetador poderá contribuir para esta campanha entregando uma embalagem de manteiga, marmelada, compota, atum ou salsichas, os alimentos mais solicitados pela Comunidade Vida e Paz, instituição de solidariedade social que se associou à iniciativa, em troca de um bilhete para assistir ao 'Condomínio da rua", que é um espetáculo sobre a complexidade da exclusão social e da pobreza", disse à Lusa fonte do Teatro Nacional D.Maria II (TNDM).
 
A troca é feita na bilheteira e a entrada "está sujeita à lotação da sala".
 
A peça sobe à cena no sábado às 21:00 e no domingo às 16:00, e estará em cartaz até ao dia 10 de fevereiro.
 
No sábado às 16:00, na sala Garrett deste teatro, com entrada livre, será exibido o documentário "Ruas da amargura" (2008), de Rui Simões. Trata-se de "um documentário sobre a vida de homens e mulheres, de todas as idades, com carências afetivas, financeiras, problemas mentais, alcoolismo, toxicodependência, ou simplesmente pessoas que chegaram a Portugal à procura de uma vida um pouco melhor", segundo a mesma nota.
 
 
 

Os melhores livros de 2012 


O suplemento Ípsilon, do jornal Público, selecionou os vinte melhores livros de 2012. 

Aqui encontras a lista dos dez primeiros livros, 
e respectivas críticas escritas pelos colaboradores do jornal.

 Podes aceder à lista completa aqui.






 1. O Bom Soldado, Švejkde Jaroslav Hašek 

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Este romance, como Jaroslav Hašek o pôde escrever entre 1921 e 1922, é a grande comédia do nacionalismo moderno e do seu belicismo inato: a catástrofe da Primeira Guerra Mundial vivida por Švejk - um "idiota oficial" que parece derivado (via popular) do famoso Cândido, de Voltaire. Mesmo atirado para a prisão, com brutalidade e sem motivo, comenta: "Isto aqui não é assim tão mau. Esta tarimba é de madeira afagada." Ao pé das arbitrariedades atravessadas pelo subalterno Švejk, a ideia do estado de excepção, que Agamben anda a vender há anos, mal chega para assustar crianças. O riso constante nunca tapa a tragédia vigente e declara a cada passo que ela é de facto ridícula e, afinal, estúpida e rasteira. O seu único símbolo é este "herói aleijado", contemporâneo dos K. e dos Samsa mas em cuja língua (checa e alemã) se pode escrever "Para a guerra nós não vamos, para ela nós cagamos." Agora, que recai "sobre a Europa a verdade de que o amanhã desfaz os planos do presente", este Švejk, cujo tradutor pôs no topo da colecção humorística de Ricardo Araújo Pereira, é vital para a nossa paz de europeus sem ilusões. G.R.


2. Já Então a Raposa Era o Caçador, Herta Müller 
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Nesta alegoria trágica são silenciosas as ruas do poder. Há sombras amargas na noite daquela cidade insana. Como uma presença maligna e demente, o medo atravessa os dias, entranha-se, faz-se de morto. Uma realidade que a escrita de Müller acorda e estilhaça. As palavras adensam-se, já só há linguagem simbólica, magma onírico. Entre o silêncio e a escrita. J.R.D.






3. A Piada Infinita, David Foster Wallace 
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Foster Wallace desejou construir, à semelhança de Shakespeare - a quem roubou o título, a partir de uma fala de Hamlet sobre Yorick, o bobo que dizia verdades inomináveis - uma cosmogonia delirante e tão complexa como o mundo. Terá morrido ao tentá-lo, mas o resultado reflecte bem a sua ousadia. H.V.




4. Arco-Íris da Gravidade, Thomas Pynchon
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Em tempo de caudalosos rios de informação e de calhamaços leves, 39 anos depois de publicado originalmente, este livro chega a Portugal ainda com fôlego para nadar contracorrente nesses rápidos binários que nos encandeiam e desafiar os nossos limites como leitores. Ninguém sai da experiência incólume, que para isso está a grande literatura. A.R.




5. Contos Completos, Lydia Davis
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A ausência de enredo que caracteriza os contos breves de Lydia Davis mais não é do que uma maneira hábil de esconder a desolação metafísica em que as personagens se debatem. Com uma escrita lúcida, concisa e original, e num tom que é uma máscara para o reconhecimento da impossibilidade da felicidade, Davis consegue contornar as expectativas imediatas dos leitores. J.R.D.



6. Mel, Ian McEwan 
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Uma extraordinária capacidade narrativa, a criação de uma personagem feminina credível, a reconstituição de uma época (anos 1970) feita de medo, desconfiança, logro e traição. Um romance histórico, um thriller, uma reflexão sobre o Zeitgeist em que o autor questiona continuamente as ingerências da realidade na ficção e vice-versa. H.V.




7. Todas as Palavras, Manuel António Pina
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O caminho foi sempre o da procura da palavra. A certa. Desde 1974, quando começou a publicar poesia com um título cujas palavras, no momento desta escrita, são só sentido, como ele queria: Ainda Não É o Princípio Nem o Fim do Mundo Calma É Apenas um Pouco Tarde. Manuel António Pina morreu em Outubro deste ano e deixou Todas as Palavras, a antologia poética. Uma casa. I.L.



8. Um Sopro de Vida (Pulsações), Clarice Lispector
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Clarice Lispector escreve como ninguém. É uma clave verbal diferente - desde o primeiro livro até este, o último, editado já depois da sua morte em 1977, e escrito e/ou ditado à sua grande amiga, Olga Borelli (em parte no hospital, até ao dia antes de morrer). Este livro, e Clarice sabia que estava a morrer, densifica e depura, intensificando pungente e dramaticamente os traços da escritora. De uma beleza lancinante. M.C.C.




9.jpg9. Os Transparentes, Ondjaki
Um prédio de águas rejuvenescedoras na Luanda perdida pelo dinheiro, acossada pela ambliopia, condenada ao fogo pela ganância, onde transparência e leveza servem o paradoxo de emprestar visibilidade a quem até aí nem se via. A maturidade com que Ondjaki trabalha o português angolano é digna dos melhores ourives da língua. A.R.


10. (ex-aequo) Os Enamoramentos , Javier Marías
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Ao 13.º romance, o catalão Javier Marías volta com a voz de uma mulher, María Dolz, para falar de amor. Funcionária de uma editora, este primeiro "eu" feminino de Marías entretém-se a observar a felicidade de um casal enquanto toma o pequeno-almoço no sítio de sempre. Com este livro, Marías quebrou a promessa de abandonar a literatura. Não precisa de se redimir. I.L.




10. (ex-aequo) Poesia Reunida, Maria do Rosário Pedreira, Quetzal
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Maria do Rosário Pedreira era, até Poesia Reunida sair este ano na Quetzal, daqueles poetas que têm uma legião de fãs mas toda a obra esgotada. Só por isso, este livro já era imprescindível. Mas além de A Casa e o Cheiro dos Livros (1996), O Canto do Vento nos Ciprestes (2001) e Nenhum Nome Depois (2004), Poesia Reunida traz um livro inédito, A Ideia do Fim. Mesmo perante o fim, há ressurreição nesta nova fase - mas sem se perder o medo. I.C.

Escolhas de António Rodrigues, Diogo Ramada Curto, Gustavo Rubim, Helena Vasconcelos, Isabel Coutinho, Isabel Lucas, José Riço Direitinho, Luís Miguel Queirós, Maria Conceição Caleiro e Rui Lagartinho (da lista completa)
 (Textos retirados de http://www.publico.pt/cultura/noticia/os-melhores-livros-de-2012-para-o-ipsilon-1578633)




Vem descobrir alguns destes livros na nossa Biblioteca.
Boas leituras!